quinta-feira, maio 10, 2007

pilhagem #2

No início, somos todos guias turísticos de nós mesmos, conduzindo quem chega apenas ao melhor de nós: centro histórico, lugares curiosos, as imagens prontas a ser fotografadas para os postais, longe de todas as ruínas e regiões ao abandono. Se decidirem imigrar para cá e conhecer a realidade inteira, já não é da nossa responsabilidade.

pilhado daqui

2 comentários:

Anónimo disse...

Que blog tão bonito.
Faz-me lembrar coisas que amigos de barbas ralas e cabelos embaraçados escreviam quando tinham 20 anos. Passado que fosse um bom processo de envelhecimento (em cascos de carvalho) poderia muito bem ser algo assim o diário de tais almas.

Anónimo disse...

Sabes como se relaciona este post com o anterior?
_Aqui estamos escrevendo comentários que são guias turísticos de nos mesmos,conduzindo quem aqui chega apenas ao melhor de nós.
Ali está a discussão pública do polis da cidade onde nunca porei os pés. Além estão as mães iletradas que não sabem como ajudar os seus filhos na escola e eu sem ideias sobre como conversar com elas(Isabel do Carmo na prisão arranjou solução para isto e eu, que estou livre, não) mais lá adiante as podas que os jardineiros dão nas árvores e privam toda a gente de sombra (mas porquê?)e a as descargas ilegais de efluentes no rio e eu com uma ideia muito vaga sobre a quem me deveria dirigir a respeito.
Para tudo isso era preciso encetar acções concertadas COM outros, durante muitas horas privando com gente de toda a espécie e não necessariamente da nossa clique socio-estético-cultural-tribal. É necessário um despojamento do ego muito grande para partir para essa organização popular de que é feita a democracia directa. É necessário ser-se como a Costa da Caparica_ inturisticável, cheio de telhados (marquises, no caso) de vidro, consciente de tudo isso mas sem vergonha, a banhos na praia que houver.