segunda-feira, janeiro 22, 2007

bab3l


apetece-me falar de babel. consegui finalmente vê-lo no fim de semana e ainda estou impregnado dele. há filmes assim, que nos impregnam e vão deixando um rasto de momentos que nos remetem para ele, nos dias seguintes. bebi o filme da primeira à última imagem. não porque tivesse ficado maravilhado, mas porque tudo fazia sentido. as histórias intercruzadas, os abusos de poder de todas as polícias (exceptuando a japonesa, honra lhe seja feita), a paranoia do terrorismo, a revolta da filha surda, o altruismo do guia marroquino, a falta de humanidade dos companheiros de excursão, todos os pormenores, reais e muitas vezes absurdos, como na vida fora do ecran. diverti-me com algumas sequências da montagem, o colorido da multiplicidade de culturas, os planos bem pensados e eficazes, deixei-me levar pela música.
não fui atrás do filme premiado, não me preocupei com posturas intelectuais e análises filosóficas, não era a isso que eu ia.

10 comentários:

Moisés Gaudêncio disse...

Para mim o filme retrata de forma poderosa a
incomunicabilidade/incompreensão/intolerância
que caracterizam as nossas sociedades ocidentais (Japão incluído apesar de...).

Acho no entanto que puxa demasiado para o politicamente correcto...
a incomunicabilidade/incompreensão/intolerância
não são exclusivas da nossa sociedade (há muitos exemplos por aí) nem dos nossos tempos...

nelio disse...

não si se será politicamente correcto. depende do ponto de vista. para um conservador norteamericano não será certamente.
o que é curioso, é que sendo sobre a incomunicabilidade7incompreensão/intolerância, é também sobre as famílias e as relações dentro delas, sobre a coragem e sobre o altruismo. tem de tudo um pouco, como a vida.

Moisés Gaudêncio disse...

Falava da ideia de «politicamente correcto» que se tem espalhado pela América e pela Europa e que tem dado origem a situações ridiculas como as que ocorreram este Natal (em vários locais foi aconselhado o uso de nomes alternativos para a ocasião para não ofender os crentes de outras religiões etc.)
Acho que o realizador puxa um pouco nessa direcção...simplificando muito: nós somos maus e eles são bons.
Desconfio sempre das teorias do «bom selvagem». Ou seja dos estereótipos. É uma opinião claro!
E isso é só uma das dimensões do filme.

marta r disse...

Cada vez estou mais curiosa em relação a este filme.

nelio disse...

precisamente moises, essa á apenas uma das dimensões do filme e não foi a que mais me interessou. claro que sendo o realizador mexicano, está lá a crítica aos states. e correcta na minha opinião, já não há pachorra para americanices, sempre com a mania que são superiores. de resto, vi personagens "banais", apanhadas nas malhas da vida.

marta, é seguramente um filme a ver.

Anónimo disse...

pronto, fui ver ontem, tinha que ser... apesar de estar de férias no meio do alentejo, desci à civilização para over. Gostei muito, muito mesmo. Ainda o estou a grocar

nelio disse...

grocar, hein? nunca me disseste que também conhecias o estranho numa terra estranha... ou já? a gente já se conhece há tantos anos!...

Moisés Gaudêncio disse...

Parece que Hollywood também gostou.
Estes américas, hum?! ;)

nelio disse...

pois! e gostou do little miss sunshine tb! ainda há esperança...

Different disse...

Um filme excelente. só não percebi por que é que a americana cheia de preconceitos relativamente aos árabes não quis processar a ama...