quinta-feira, novembro 29, 2007

it's all full of stars

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parece uma daquelas fotografias tiradas pelo hubble, mas não é. cada ponto branco representa um blog, cada linha verde representa uma ligação unidireccional e cada linha azul uma ligação bidireccional. vistas bem as coisas, é um mapa da maior rede social que alguma vez se viu, a blogosfera. cerca de 60 milhões de blogs online, com 175000 a nascerem todos os dias, qualquer coisa como 2 em cada segundo que passa. o mapa foi desenvolvido pelo especialista em comunicação social matthew hurst e publicado online no site da discover magazine em maio passado. vale a pena ir lá espreitar e ler a explicação detalhada das várias zonas da blogosfera, que correspondem à maneira como cada blogger encara e utiliza o seu espaço. só acho injusto o und3rblog não estar assinalado, já enviei o email de protesto.

quarta-feira, novembro 28, 2007

su r re alis m..................o

ceci n'est pas un post

domingo, novembro 25, 2007

evasão #3

ver e ouvir o mundo no feminino.






evening star III, 1917


nude VIII, 1917


blue and green music, 1919


music pink and blue II, 1919


red canna, 1923


from the lake I, 1924


the shelton with sunspots, 1926


black iris II, 1926


abstraction blue, 1927


radiator building night, 1927


horse skull on blue, 1930


cow skull with calico roses, 1931


eagle claw and bean necklace, 1934


white shell with red, 1938


an orchid, 1941


pelvis III, 1944


goat's horn with red, 1945


brooklyn bridge, 1949


winter road I, 1963





pinturas de georgia o'keeffe
música: mimi goese, believers


terça-feira, novembro 20, 2007

o cozinheiro, o patrão, a justiça e a burrice dela

por muito que me tente alienar da parvoeira geral com que o país anda entretido, este caso do despedimento do cozinheiro da cadeia de hotéis sana, com base na sua seropositividade para o h.i.v., é demasiado gritante. contra todos os pareceres médicos e de autoridades de saúde pública, os juízes portugueses, do alto da sua ignorância, decidiram dar razão a preconceitos abjectos sem qualquer suporte científico. com esta decisão e o seu impacto na comunicção social, não foi apenas um, mas vários os passos atrás que foram dados em matéria de luta contra a discriminação das pessoas infectadas com o h.i.v., mais um mau serviço prestado pela nossa justiça à nossa sociedade. para as mentes inquietas e cépticas que ainda tenham dúvidas, aconselho a leitura desta declaração do institute of food science and technology, maior autoridade europeia em segurança alimentar, que remete para recomendações do center for the diseases control, autoridade soberana nos estados unidos da américa em matéria de saúde pública. não é interessante o parágrafo que diz: "food handlers who carry HIV are not a threat to their workmates or to the products that they handle. they should not be restricted from working with foods or beverages or be restricted from using telephones, machinery, office equipment, toilets, showers, eating facilities or drinking fountains"? mas nada disto interessa aos nossos juízes...
para expressarmos o nosso desagrado em relação e este triste episódio, está a decorrer online uma petição sobre o assunto. eu já assinei.

undermuziek #3 fire and roses

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em 1998 mimi goese, a fantática voz dos hugo largo, editou "soak". em contraste com a simplicidade acústica dos registos com os hugo largo, apresentou-nos um disco preenchido por electrónica de fino recorte, em que a voz se revela com uma maturidade e uma firmeza apaixonantes. é estranho pensar que este trabalho se mantenha, ainda hoje, praticamente desconhecido do grande público, porque merecia exposição bem mais alargada. apesar do nome, fire and roses, a segunda música no alinhamento do disco, fala de chuva, o que é bem apropriado para hoje. como vai sendo habitual nestes posts, é favor premir o botão (2 vezes).





foto de josé gama, no olhares.

constatação #29

este blog faz 1 ano.

domingo, novembro 18, 2007

constatação #28

é absurdo pensarmos que podemos expulsar o absurdo das nossas vidas.
também é inútil pensarmos que podemos expulsar o inútil das nossas vidas.

sms

se há coisa que me dá gozo na vida são os processos dinâmicos e as intercepções desses processos dinâmicos, que são o que fazem, afinal, o nosso mundo relacional. somos bichinhos que gostam de trocar. coisas, objectos, carinho, afecto.

sábado, novembro 17, 2007

und3rmuzic #2 hugo largo








hugo largo. sempre foi um nome com um certo misticismo. uma carreira meteórica com dois álbuns em 1988 e 1989, depois mais nada. "drum" e "mettle". excelentes álbuns, acrescente-se. dois baixos, um violino e a voz de mimi goese chegaram para fazer o fascínio. uma atmosfera pessoalíssima, principalmente tendo em conta a origem norteamericana, é inútil tentar enquadrá-los em qualquer estilo, movimento ou corrente musical. um caso à parte.






scream tall



turtle song



hot day

quarta-feira, novembro 14, 2007

constatação #27

nunca hei-de colocar o abrupto na minha blogosf3ra p3ssoal. o motivo não é ideológico, mas sim estético.

sábado, novembro 10, 2007

stop the bullets

este anúncio é simplesmente fabuloso em termos de creatividade e de eficácia. campanha da rádio choice fm, contra o aumento da violência armada na sociedade inglesa. esmagador, ou talvez fosse melhor dizer, perfurante.

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quinta-feira, novembro 08, 2007

und3rmusik #1 the köln concert

desde o início deste blog que a música tem tido lugar de destaque. já o referi aqui a propósito do dia mundial da música, não imagino a vida sem música, e a sua existência é, para mim, uma das quintessências da existência. no entanto, ela, a música, tem surgido aqui principalmente como acompanhante de imagens, paradas ou em movimento. raramente com o destaque que tem na minha vida. com este post dou início a uma série em que a música será, por si só, a essência. partilhar músicas, divulgá-las, recordá-las. como não quero obrigar ninguém a ouvir aquilo de que gosto, o arranque automático estará desligado, pelo que terão que accionar o dispositivo, com dois "clicks" no respectivo botão.

para início de hostilidades, um clássico. corria o ano de 1975, enquanto o rock progressivo e o glam-rock iniciavam a sua curva descendente e o punk não era mais do que um proto-movimento nos bairros operários dos arredores de londres, keith jarrett, já então um respeitadíssimo pianista de jazz, gravava em colónia um concerto a solo que ficaria para a história da música. não se pode dizer que é jazz, é apenas música. o disco resultante dessa gravação, simplesmente intitulado "the köln concert", é uma obra prima de sensibilidade, técnica e capacidade de improvisação. quando o descobri, já lá vão mais de vinte anos, foi amor à primeira vista. a gravação em cassete que fiz gastou-se, e quando tive dinheiro para comprar o vinil, toquei-o até à exaustão. o som tem uma pureza impressionante e ouvi-lo em formato digital, sem os irritantes estalidos que sempre acabam por contaminar o vinil, um prazer redobrado. o excerto escolhido, é o único compatível com a difusão por este meio, porque a obra é composta principalmente por longas peças em que os temas se vão desenvolvendo e interligando lentamente. um disco indispensável para qualquer melómano, é favor "clicar", logo aí abaixo.





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quarta-feira, novembro 07, 2007

constatação #26

quando não estás, fazes-me falta.

domingo, novembro 04, 2007

a escola, a família, o ranking e o resto da sociedade

não deixa de ser interessante esta discussão que anda na blogosfera sobre o ranking das escolas. confesso que, ao contrário da maioria dos bloguers, não consultei a tabela e não imagino em que posição se encontra a "minha" escola. e parece-me que isso é de todo irrelevante. não foi a escola que me despertou para o saber. ou estava nos meus genes, ou foi o contexto familiar que teve esse mérito. dos professores que tive, ficaram 3 ou 4 figuras de referência ao longo de 12 anos de percurso, porque da faculdade não ficou nenhuma. 3 ou 4 professores, entre as várias dezenas que tive, que me estimularam o pensamento autónomo e contribuiram para que gostasse de aprender. não me parece que tivesse sido diferente num outro contexto.

no debate escola pública vs escola privada, não tomo posição. de um e outro lado há boas e más escolas, há bons e maus professores. com clientela seleccionada é mais fácil trabalhar e obter bons resultados, isto parece-me óbvio. e parece-me óbvio também que toda esta suruba tem como único fim abrir caminho para a privatização em massa das escolas. mais uma vez se cai no erro de que gestões privadas são melhores, por definição, do que gestões públicas.

mas voltemos ao contexto. sempre tive colegas de todos os estratos sociais e não creio que crescer numa redoma de ambiente social seleccionado contribua em alguma coisa para o sucesso do indivíduo. conviver com a pluralidade, sim. ter a noção da diversidade de ambientes familiares, tomar consciência das assimetrias sociais. não acredito em castas nem em elites, seja qual for o parâmetro em consideração.

sendo filho de professores e casado com uma, conheço demasiado bem o meio para me permitir avaliações generalistas da classe profissional. provavelmente, em vez de estarmos a discutir a escola, deveriamos antes estar a discutir a família e as condições que são proporcianadas pela sociedade para que exerçam as suas funções educativas. a escola não se pode substituir à família e não pode nem deve ser-lhe exigida a responsabilidade de, além da formação académica, formar também cívica e pessoalmente os indivíduos em crescimento. vejo uma nova geração crescer sem perceber que não pode haver liberdade sem responsabilidade, e isso deve-se principalmente à família e às políticas educacionais que não deixam a escola dar-se ao respeito, veja-se o novo estatuto do aluno. enquanto a retenção de um aluno (que não é mais que um eufemismo para o clássico chumbo) exigir um processo burocrático com produção de muitas páginas de documentos e a aceitação tácita por parte dos encarregados de educação, será muito difícil a escola exercer efectivamente as funções que lhe são exigidas. denegrir publicamente a imagem da classe docente, como este ministério tem feito, também não contribui em nada para que o sistema funcione com qualidade.

é na família que se devia centrar esta discussão, e, de forma mais alargada, nos valores sociais. não se pode exigir que a escola seja um reduto de boas práticas, quando todo o resto da sociedade valoriza mais a forma do que o conteúdo individual. o apelo ao sucesso fácil e a projecção social de personalidades ocas, que os media levam a cabo, são maus exemplos para jovens em fase de crescimento. cabe à família desmistificar estes fenómenos e dar sólida formação de valores, mas para isso é preciso tempo, e as exigências sociais, centradas na produtividade ilimitada e na ilusão do bem estar eterno e da vaidade social, não deixam esse tempo disponível. para quando um ranking de famílias?

sábado, novembro 03, 2007

evasão #2

transpôr as barreiras do visível. beber as cores. projectar os labirintos do sonho, embalado por sons neuronais.


























































desenhos: moebius

música: underworld, glam bucket



sexta-feira, novembro 02, 2007

página 161, 5ª frase completa

"quero que passe toda a noite a pensar no que vamos falar"

:: transformar o aleatório em significante. o desafio, que me foi passado pelo josé gomes andré, consiste em pegar no livro mais à mão e transcrever a 5ª frase completa da pág. 161. como o livro mais à mão era um tratado de imunologia em inglês e não creio que as funções regulatórias das células T interessem ao comum dos mortais, recorri ao livro de cabeceira: os mares do sul, de manuel vásquez montalbán. saiu uma frase que pode ter múltiplos significados, é só escolher e contextualizar.
como manda a praxe, passo a 5 colegas, se quiserem pegar na deixa: à different (do mentacutilante), ao luís f. (do reais ficções), ao eskisito (do eskisito rules), ao matvey (da marcha dos pinguins) e à margarida (do palavras de sabão).

e se nos dessem governantes de excelência?

alunos com deficiência vão ser ‘apoiados’ por professores sem formação, listas de espera devem-se ao fecho de unidades de saúde e de serviços nos hospitais, novo aeroporto: mário lino não leu o estudo da c.i.p., mas vai dar "vista de olhos". abre-se o portal sapo e depara-se com estes 3 títulos que dizem bem da arrogância e falta de sentido de responsabilidade com que estamos a ser governados. meus queridos membros do governo: falam tanto da necessidade de excelência por parte dos funcionários públicos, o que eu percebo e até concordo, mas não seria boa estratégia começarem por dar o exemplo? para se exigir excelência, tem que se dar excelência, e parece-me que não é este o caso. queremos governantes de excelência sim! apetece relembrar o poeta aleixo, quando dizia: vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo, calai-vos que pode o povo, querer um mundo novo a sério. é que não creio que vocês estejam à altura dos desafios do país.