domingo, março 11, 2007

50 anos de gaffes


gaston lagaffe fez 50 anos no dia 28 de fevereiro. quer isto dizer que é pouco mais velho que a r.t.p., mas esta efeméride vale a pena ser assinalada. gaston não foi apenas o primeiro anti-herói da b.d. francobelga, não é apenas o terror da redacção da revista spirou, o assumidamente preguiçoso que invariavelmente vira o seu local de trabalho de pernas para o ar. é também uma personagem cheia de ternura, irreverente, irremediavelmente romântico, defensor dos animais até às últimas consequências, amigo fiel, criativo. andré franquin, o seu inspirado autor, dotou-o de uma personalidade complexa, muito para além do trapalhão inconsequente. ao longo de quase 40 anos (o último álbum data de 1996 e o autor morreu no princípio de 1997), franquin deu vida ao seu gaston, transferindo para ele algumas facetas da sua personalidade: o antimilitarismo, a consciência ecológica, a resistência à autoridade. com gaston, franquin inventou ainda um standard da b.d. francobelga: o gag de uma página, que viria a ser seguido por toda uma série de autores e personagens como o achille talon de greg ou o cubitus de dupa. impressionante é a galeria de personagens secundárias, com destaque para o sr. de mesmaeker e os seus eternos contratos, a gaivota e o gato, a eterna apaixonada m.elle jeanne, os compinchas jules e bertrand, o polícia longtarin, os colegas de franquin na revista spirou e inclusivamente o próprio franquin, autoretratado na desenho acima. de mencionar ainda a galeria de invenções com que gaston inferniza a vida dos seus colegas de trabalho, com especial destaque para o incrível gaffophone, um instrumento de cordas capaz de destruir qualquer estrutura de betão com as suas vibrações. gaston alimentou o meu imaginário a partir da adolescência e ainda hoje, relê-lo, é um enorme prazer. visita obrigatória ao site oficial de lagaffe.

2 comentários:

joana disse...

para não falar das receitas de culinária do gaston lagaffe que são absolutamente deliciosas... descobri o gaston lagaffe, em França, em 1988 e desde então sou fã incondicional do Franquin.

Anónimo disse...

o franquin foi um dos grandes mestres do humor, merece ser admirado. quanto às receitas, tens toda a razão, foi uma falha não falar nelas. inclusivamente estão disponíveis no site...