quarta-feira, abril 04, 2007

absolutamente desnecessário

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este poema é absolutamente desnecessário
pela simples razão de que poderia nunca ser escrito
e ninguém sentiria a sua falta.
esta é a sua liberdade negativa a sua vacuidade dinâmica
e o movimento da sua abolição
a partir do seu vazio inicial.
mas qual é a sua matéria qual o seu horizonte?
traçará ele uma linha em torno da sua nulidade
e fechar-se-á como uma concha de cabelos ou como um útero do nada?


ou será a possibilidade extrema de uma presença inesperada
que surgiria quando chegasse a essa fronteira branca
que já não separaria o ser do nada e no seu esplendor absoluto
revelaria a integridade do ser antes de todas as imagens
a sua violência inaugural a sua volúvel gestação?


antónio ramos rosa


foto retirada daqui

2 comentários:

Anónimo disse...

Tem toda a razão, :)

Maria Romeiras disse...

Muito bom post. Boas escolhas. Blog viciante. Um abraço.