segunda-feira, junho 25, 2007

cidadão strikes back

numa sociedade cada vez mais agressiva economicamente, as técnicas de marketing directo têm evoluído duma forma quase absurda, constituindo actualmente autênticas invasões de privacidade. às horas mais impróprias, as empresas sentem-se no direito de telefornar-nos para casa e tentarem impingir-nos os seus produtos. as campeãs, pelo menos por estas paragens, parecem ser a portugal telecom e a tv cabo, se bem que os cartões de crédito se tenham vindo a esforçar arduamente para atingir o lugar cimeiro da tabela. igualmente, as caixas de correio são alvo sistemático de ataque, toneladas e toneladas de papel, algum da melhor qualidade, que vão directamente para reciclar, pelo menos cá em casa. às vezes tenho a impressão de que olham para mim, apenas como se fosse um conta bancária, obrigada a esvaziar-se para sustentar todo um mundo desumanamente absurdo. digo sempre que não estou interessado, com maior ou menor delicadeza conforme a disposição. como cidadãos actuantes e fazendo parte integrante da sociedade temos uma palavra a dizer e, porque não, trocarmos as voltas à lógica do sistema. duas dicas recebidas por e-mail podem ter alguma eficácia. para marketing telefónico, dizer apenas "um momento por favor" e irmos à nossa vida, deixando o telefone fora do descanso. deixarmos a empresa que nos telefonou gastar o máximo possível. para marketing via correio, particularmente para aquelas empresas que nos enviam um envelope rsf, é devolver o envelope, mas sem subscrever o serviço que nos tentam impingir. a empresa paga os portes, sem nenhum benefício. podemos dar largas à nossa imaginação e enviar nesses envelopes o folheto da pizzaria, publicidade recebida de outras empresas, tampas de iogurtes, lixo variado.

4 comentários:

margarida disse...

:)
<-

marta r disse...

Também penso muitas vezes que as empresas e, no limite, a própria sociedade nos toma como "meios para atingir fins". E a nossa importância varia em função do tamanho da nossa carteira.
E fico-me por aqui para não cair em depressão, porque pensar muito em nós - enquanto seres deste planeta - dá nisso...

astuto disse...

Também deve ser um "trabalho" frustrante, o deles... Alguém compra alguma coisa? Chamadas dessas, cá em casa, são logo desligadas!

Cumps.

Anónimo disse...

a minha estratégia é dar conversa amável ao operador. Quando me pergunta sobre o meu tarifário, pergunto-lhe se tem filhos, qual é a comida preferida deles, se tem dificuldades em que eles façam o trabalho da escola... Se disser que não tem filhos, então pergunto às mulheres qual´seria a profissão que gostariam de ter se não fossem telefonistas, aos homens pergunto se os automóveis Opel serão melhores que os Toyota ou algo assim inócuo e despropositado. Já pedi conselhos a senhoras sobre qual o melhor baton, já perguntei a homens quanto pensam que custará, em média, mandar trocar o pneu do meu Citroen. Acentuo sempre que so procuro um valor aproximado e não uma pesquisa exaustiva de mercado. Depois desligamos amavelmente, que aquelas pessoas não têm vida fácil. Ao menos divertiram-se um pouco e eu devo estar catalogada na secção dos lunáticos. Seja por isso ou não, recebo cada vez menos chamadas dessas.