quinta-feira, julho 05, 2007

(don't) analyse

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por vezes há músicas que se colam aos nossos dias e que não param de rodar no leitor. por vezes são músicas acabadas de descobrir, outras vezes são músicas que quase se poderia dizer virem ter conosco, quererem habitar o mesmo espaço. estão em sintonia com o nosso interior, ou pelo menos com parte do nosso interior. analyse do thom yorke, colou-se-me nos últimos dias. este quase lamento grandiloquente, este arrastar das palavras, este "there's no time to analyse". aqui descubro serenidade, uma sensação de sintonia, o belo e o sublime.


passo de lado o "they get you down", deixo para adolescentes fascinados com o lado negro da existência, poderia dizer que já dei para essa causa. there's no time to analyse, and there's no will, acrescentaria. quem gosta da vida analisada, definida, com contornos tipo lentes essilor? precisamos sempre do desconhecido, até em nós próprios. gosto deste piano que sem se impor sustenta toda a música. gosto desta batida coração pulsátil, gosto desta electrónica humanizada. gosto da côr azul que se desprende destes sons.

( desenhos de stanley donwood para a capa de the eraser)

6 comentários:

astuto disse...

A arte, o sublime, a perfeição (ou busca dela!) é isso mesmo, a fuga aos contornos definidos, a procura do desconhecido.

Cumprimentos.

margarida disse...

-(sussurrando)encantador!

marta r disse...

Vou tentar descobrir o som. Os desenhos já me deixaram deslumbrada.

nelio disse...

astuto, bonita definição de arte, se é que a arte é definível.

parole, há um encantamento natural nas coisas que nos fascinam.

marta r, o som podes descobri-lo aqui mesmo, clicando no rectangulozinho azul que tem o nome da música...

Daniel C. disse...

Excelente sugestão, como sempre.
Esta amostra que aqui deixaste deixou-me com água na boca, saquei o cd e estou neste preciso momento a explorá-lo.
Sublime.
Gracias pela dica.

1 abraço

Anónimo disse...

fico contente, daniel