segunda-feira, fevereiro 18, 2008

alberto joão, estás à espera de quê?

a maioria dos 27 estados-membros da união europeia deve reconhecer [a independência d]o kosovo, mas espanha confirmou hoje que «não reconhecerá o acto unilateral» da proclamação da independência do kosovo, «porque não respeita a legalidade internacional».
e faz muito bem a espanha. o único interesse no reconhecimento da independência deste pequeno território por parte dos estados da união europeia e dos estados unidos da américa é travar e delimitar a influência russa em terras europeias. na verdade, estão-se nas tintas para os kosovares. se a moda pega, a espanha desmembra-se, mas os ingleses não se podem esquecer das velhas aspirações escocesas e da irlanda do norte. e, já agora, do país de gales também. os italianos do norte também deviam aproveitar e ver-se livres do resto da bota, que só consome o que produzem. e a sicília devia ser entregue de vez à mafia, que se calhar é mais branda do que os dirigentes kosovares. e a flandres e a valónia, porque continuam juntas? a gronelândia e as faroé porque hão-de continuar sob o jugo de copenhaga? e os lapões, não têm direito ao seu estado? allgarve independente, já!

7 comentários:

marta r disse...

Estou um tanto dividida quanto a esta questão.
Entendo o teu ponto de vista mas também sou sensível aos anseios dos kosovares...

nelio disse...

marta, repara que não faço qualquer crítica aos kosovares... a hipocrisia é dos países da união europeia e dos estados unidos da américa que estão a brincar com o fogo. imagina se os catalães ou os bascos, ou os corsos declarassem unilateralmente a independência. alguém na comunidade internacional iria reconhecer essas independências? os outros estados da união europeia e os estados unidos de certeza que não. dois pesos e duas medidas, como sempre, quando estão em jogo interesses geoestratégicos.

marta r disse...

Sim, tens razão. Os dois pesos e as duas medidas lembram-me sempre a primeira guerra do golfo, quando os americanos correram a salvar a malta do Kuwait das garras do Iraque, quando nunca o fizeram por outros países violentamente invadidos...

Mas os kosovares, será que os seus desejos de independência e soberania não serão legítimos?

nelio disse...

hoje no público o historiador rui ramos relembrava que desde o século xix que todos os novos países apareceram da necessidade das grandes potências se enfraquecerem umas às outras. that's it. quanto aos kosovares, quem são? os albaneses que de minoria passaram a maioria? e os sérvios que ainda por lá se aguentam? alguém lhes perguntou alguma coisa? são questões para as quais não tenho resposta...

pegueitrinquei disse...

O Kosovo será independente, mas nunca será autónomo. Basta olhar para a Bósnia e tantos territórios que são disso exemplo. Gostei da tua perspectiva da hipocrisia da coisa. WELL DONE.

Anónimo disse...

Claro que há apoios cujos objectivos residem na conquista e manutenção de influencia estratégica na região, não é de agora. Claro que estes apoios são determinantes no curso dos acontecimentos. Mais determinante, só mesmo o desejo de ser livre daquela gente.
Perguntemo-nos sobre os motivos que levam os kosovares a aspirar à independência. Suponho que existe uma identidade própria, uma história, tal como existe na Catalunha ou na Escócia. Não sei se existe uma língua. O que sabemos todos é que esta gente viu a sua identidade reprimida, foram politica e socialmente dominados, oprimidos, esmagados por uma minoria, neste caso sérvia. Nada poderia fomentar mais o desejo de independência.
Quantas nações nasceram da mesma combinação de factores? Muitas seguramente.
A opressão fez toda a diferença.

nelio disse...

e os curdos? porque é que ninguém se lembra dos curdos? não deveria também haver um curdistão? a turquia até pode entrar pelo iraque adentro que ninguém diz nada. sei que a hipocrisia da comunidade internacional vem desde sempre. só tenho pena que não seja assumida e que se continue a usar figuras de estilo como "liberdade" ou "direito dos povos à autodeterminação", quando isso é o último dos factores e a última das prioridades.