debate
debato-me muitas vezes, como qualquer comum mortal, com esta questão do tempo. Como preencher todas as necessidades do meu espírito inquieto, como conciliar trabalho, família, vida a dois, impulsos criativos, exercício físico, os hobbies, a blogosfera e o lazer. somos escravos desta necessidade de fazer coisas, alimentamos a ilusão de que somos felizes fazendo coisas e transformamos os nossos dias em correrias constantes com tempos contados, como se em vez de um só fossemos múltiplos, com existência temporária, aparecendo e desaparecendo conforme as necessidades. em mim vivem um marido, um pai, um médico, um desportista, um músico, um jardineiro, um amigo, um cinéfilo, um internauta, um bibliófilo, um devorador de música, um pensador solitário. às vezes, é gente demais.
8 comentários:
Eu já desisti de vários desses eus há muito tempo. Dava muito trabalho :)
este anónimo sou eu, idadedapedra, mas agora ele não me deixa pôr a identificação como punha antes...
Mas como expulsar esta multidão de dentro de nós?
É preciso tempo para rever existências e definir prioridades...
eu, idadedapedra, falo por mim, criei prioridades que não sei se foram as mais certas mas pelo menos dão-me descanso: 1- Divorciei-me, e logo aí tudo melhorou substancialmente :) 2- Sou mãe mas as minhas filhas são umas santas e já não me dão muito trabalho porque estão grandes; 3- Na profissão foi o mais difícil, mas saí da função pública e tenho um horário muito melhor; 4- Desporto sou alérgica; 5- música não sou mas tenho pena; 6- contratei um jardineiro; 7- os amigos são lazer e isso é sempre que posso; 8- Quase não vou ao cinema, vejo os filmes em casa uns meses depois; 9- Net é nos intervalos do trabalho; 10- Ler é enquanto espero que a filha saia da escola e ao fim de semana se fico em casa; 11- Pensadora não consigo evitar mas não me dou muita importância. E como com isto tudo ganhei imenso tempo livre dá para pensar e repensar e até para fazer foruns e escrever livros
pois, mas a verdade é que não consigo descartar nenhum, gosto de todos. pelo caminho já foram ficando alguns, como o actor de teatro e o radialista, mas não foi voluntário, foram desaparecendo aos poucos... o único que eu combato é o espectador de televisão... :)
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curiosa esta ideia do eu como um metropolitano apinhado de gente que se ignora e acotovela mutuamente.
Como fazer para viajar nele com visto de turista?
;) não te terás esquecido do purista da língua?
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