trivia
a acção passa-se numa pequena agência bancária de bairro. hora do almoço, aguardo para falar com o meu gerente de conta que se encontra ocupado com outro cliente. para matar o tempo vou observando as pessoas que fazem fila para serem atendidas na única caixa de que a agência dispõe. não muitas, 4 ou 5 a cada momento. os sujeitos do costume, com formas, posturas e estilos variados. num dado momento ouço, todos os presentes ouvem, as instruções dadas por um cliente, sem reserva de intimidade. queria o dito cliente depositar um cheque no valor de vinte e tal mil euros. mas queria que o depósito fosse efectuado sem ficar o registo do depósito do cheque e frisou-o várias vezes com um volume sonoro de quem não tem nada a esconder. queria, assim, que em vez de uma operação fossem efectuadas duas simultâneamente. primeiro levantaria o cheque em numerário e acto contínuo um depósito desse numerário na sua conta. o que ele não queria era que ficasse o registo do depósito do cheque. certamente uma fugazita aos impostos, daquelas sem importância, e que, na óptica do prevaricador, toda a gente faz e para a qual não é necessária nenhuma reserva de intimidade.
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