terça-feira, julho 22, 2008

entre o riso e as lágrimas

nós nunca deixamos de ser fundamentalmente novos, condenados a ter vários rostos e incapazes de fazer coincidir a nossa intenção com o olhar dos outros. o mundo é uma feira de mal-entendidos que alimenta todas as anedotas e todas as tragédias. a tragédia é ontologicamente igual à comédia - entre o riso e as lágrimas, entre o bem e o mal, não há senão uma cómoda diferença de perspectiva. e a perspectiva foi um mecanismo de defesa do homem face ao absurdo da existência.

inês pedrosa, in a perfeição da clarabóia que falta
(introdução à edição do círculo de leitores de o livro do riso e do esquecimento de milan kundera)

3 comentários:

reb disse...

Concordo: a perspectiva é um mecanismo de defesa face ao absurdo.
Defendamos, pois, a nossa perspectiva e aceitemos que não é a única...

astuto disse...

A existência não é absurda, misteriosa, talvez... E o que seria de nós sem diferentes perspectivas? Um tédio!

Cumps!

Anónimo disse...

Vamo-nos situando e criando mecanismos de defesa perante os mal-entendidos do mundo...do mundo ou do nosso mundo...