da pornografia das imag3ns 1
(sem imagem)
o mundo e os media são ávidos consumidores de imagens. a propósito deste post. a necessidade voraz de imagens é um fenómeno decadente na nossa evolução colectiva. ainda para mais quando essa necessidade não tem nada de estético e tem muito de voyeurismo acéfalo. olhamos para o homem prestes a morrer com a mesma frieza com que olhamos para as vítimas das catástrofes naturais, para as imagens escaldantes que envolvem uma qualquer starlette surpreendida por um paparazzo, para um colarinho branco apanhado nas malhas da justiça. estas imagens alimentam a novela dos telejornais, fazem capas de revistas e jornais, numa orgia de imagens que vão perdendo o seu significado moral, num zapping vertiginoso de uma pretensa actualidade. que tem como último fim aumentar tiragens e audiências e vender publicidade. reduzidas a duas dimensões, a ganância e a curiosidade mórbida.
5 comentários:
Será que as imagens não se limitam a ampliar de forma maciça a praça pública de outros tempos? Os autos-da-fé, o boato boca a boca, a literatura de cordel etc.
por um lado sim, mas por outro, o boato boca a boca não alimentava a ganância, apenas a curiosidade mórbida.
Pois... alguém descobriu que a curiosidade mórbida rende... mas todas as pulsões humanas rendem... e em geral são um bom negócio!
duplicidade aí... as imagens são fundamentais na nossa sociedade, a iconografia preenche os nossos dias e ousa substituir a palavra; cabe a cada um seleccionar a qualidade de informação captada, comunicar é próprio do homem, os meios variados e ricos, não devem ser sobretudo exclusivos.
maria: acho que as questões que levantas justificam outro post.
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