6 biliões de outros
vi qualquer coisa que se mexia
aproximei-me
vi um animal
aproximei-me mais um pouco
vi um homem
aproximei-me mais um pouco
vi que era meu irmão
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é com este antigo ditado tibetano que yann arthus-bertrand, conhecido pelo seu trabalho como fotógrafo aéreo e que tem editado alguns dos mais belos livros de fotografia sobre o planeta terra, apresenta o seu projecto "6 biliões de outros", no site da goodplanet.org. diz ainda arthus-bertrand: "a terra vista do céu" transformou-me. 10 anos de voos por cima do planeta não deixam ninguém intacto. fui naturalmente muito marcado pela beleza da terra, mas sobretudo pela ausência de fronteiras vistas do céu. o contraste é notório entre as dificuldades que conheci ao longo das minhas reportagens para obter as autorizações de voo, para passar as fronteiras com o material fotográfico, e a imaterialidade desses mesmos limites vistos do céu. é uma terra a partilhar, mas não conseguimos fazê-lo. ela é nossa, de todos nós, embora em toda a parte no mundo haja gente pronta a morrer e a matar por uma parcela. daí nasceu a minha obsessão de querer compreender porque não conseguimos viver juntos, co-existir".
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o projecto nasceu em 2003, com o objectivo de reunir testemunhos de gente das mais variadas origens sobre temas que nos interessam a todos, descobrir como as vivências influenciam a identidade de cada um, compreender o que nos separa e o que podemos partilhar.
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o resultado de algumas dessas entrevistas está disponível aqui. vale a pena ouvir como somos tão semelhantes e tão diferentes ao mesmo tempo. em 2008, ano em que termina o projecto, será possível ouvir todos os testemunhos recolhidos e juntar o nosso próprio directamente no site.
7 comentários:
Extraordinário! Obrigada.
Boa Noite, ou será melhor dizer Boa Madrugada!:) Não sei como? Vim parar a este Blogue e gostei imenso, perdi-me aqui por uns bons minutos...Gostei e vou voltar:))
Lindo, lindo (o site que aconselhas)
Infelizmente, os irmãos por vezes parecem Caim e Abel...
olhamos um rosto e nele descobrimos a passagem do tempo, nele encontramos muitas vezes traços de uma vida que também é compartilhada por nós.
um abraço
paula e rui
parole, mais extra que ordinário ;)
prada, bem vinda a este canto perdido da blogosfera!
idadedapedra, eu sabia que ias gostar.
eskisito, pois! a maior parte das vezes. somos um bichinho territorial, não há nada a fazer. ou há?
rui, e afinal somos tão parecidos nas nossas preocupações, nos nossos anseios.
Porque será que quando vejo estes outros me sinto muito mais empática com eles do que quando me cruzo com os outros do meu dia a dia?
Não gosto daquilo que esta pergunta diz sobre mim.
Vou olhar melhor para os meus outros, pelo menos hoje.
Vou ouvir mais calada o que eles disserem, ainda que so esta semana. Mais que isso, é melhor que não prometa.
Um tipo um dia atirou-me à cara que eu gostava mais de conhecer pessoas que de estar com pessoas conhecidas. Essa bofetada ainda me doi e já passaram uns vinte anos.
Porra. Provavelmente é verdade. Não me sinto bem.
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