a única conclusão a que chego
"A própria cidade me parece um exemplo da mais alta insanidade - tudo nela: esgotos, linhas de comboio aéreo, máquinas caça-moedas, jornais, telefones, polícias, puxadores de portas, bordéis, papel higiénico, tudo. Não faria diferença alguma se nenhuma dessas coisas existisse; além de não se perder nada, ganhava-se um universo inteiro. Olho para as pessoas que passam por mim para ver se alguma concordará, por acaso, comigo. E se interceptasse uma e lhe fizesse uma simples pergunta? E se lhe perguntasse, apenas: Porque continua a viver da maneira que vive? Provavelmente chamaria um polícia. Pergunto a mim próprio; alguém falará consigo mesmo como eu falo comigo? Pergunto-me se haverá alguma coisa errada em mim. A única conclusão a que chego é que sou diferente. E isso é uma coisa muito grave, seja qual for a perspectiva de que a vejamos."
henry miller, trópico de capricórnio
7 comentários:
Estranhar o mundo. E lá voltamos a Heilein: Stanger in a Strange Land e Job, a Comedy of Justice.
stranger in a strange land, sempre, com a diferença de ter nascido aqui neste planeta e mesmo assim não o compreender. job, a comedy of justice não li. recomenda-se? actualmente é tão difícil encontrar livros de fc à venda...
Das melhores leituras que fiz numa das melhores alturas da minha vida...trouxe-me recordações...
podia ter sido eu a escrever esse texto... hehehe...
eskisito, nunca o tinha lido. um livro enorme! e não é no número de páginas...
Henry Miller e Anais Nin são autores da minha biblioteca para pós adolescentes. Faz falta deixa-los como que esquecidos pela casa quando há galfarros nessa faixa etária a circular. São leituras muito istrutivas. Acham que as recomende ao Plano Nacional de Leitura? Se calhar não, mas é pena.
Algumas pessoas leram,viram e pensaram. Na estação de comboio de Oeiras, de frente para quem saísse, esteve escarrapachado o seguinte: "Se fosses feliz, não chegavas aqui com essa cara".
life as it is.
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